O amor é...
Hoje comecei a noite com vontade de “ir ao cinema” – já não vou há meses e até me apetecia... nada de jeito! Nenhum filme que valesse a pena o convite para ir ver.
Depois pensei que mesmo que houvesse, não saberia quem convidar... caminhei por entre nomes e apercebi-me que não existia nenhum com o qual quisesse de facto “ir ao cinema”… nesse momento percebi que mesmo que existisse alguma coisa de interesse no cinema acabaria por ir vê-la sozinho.
Esta fase entre paixões é fodida.
Depois lembrei-me do dilema do Miguel e a sua Teresa, num dos livros do meu autor português favorito. Fui buscar o livro à estante, e reli-o na transversal.
Não resisto a deixar aqui um parágrafo do livro “O Amor é fodido” de Miguel Esteves Cardoso:
“Uma vez, quando éramos felizes, ela disse: “É pena não haver outras coisas e pessoas. Quer dizer sermos só nós.”
Respondi que as pessoas podiam desaparecer mas que podia ficar o mundo – as montanhas, os poemas, o whiskey. E ela respondeu, com uma sinceridade que me assustou:
“Mas para quê?”
É fodido. O amor é fodido. Esta a que é esta”
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