Luz
Dia 25 de Junho, Pedro Abrunhosa lança o seu novo album, intitulado de "Luz".
Depois de alguns anos sem editar, é com muita satisfação que volto a ouvir alguma coisa nova do Pedro Abrunhosa.
As suas músicas são-me muito marcantes, não só por ilustrarem fases muito boas da minha vida, como também por ser único na forma como compõe.
Ele não faz música, faz poesia. Tem apenas a característica especial de conseguir declamar a sua poesia envolto num ambiente músical. Eu, gosto muito.
Aqui fica um poema do próximo album, chama-se "Balada de Gisberta"
Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta p’rò nada.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
O fim vem-me buscar.
Sambei na avenida,
No escuro fui porta-estandarte,
Apagaram-se as luzes,
É o futuro que parte.
Escrevi o desejo,
Corações que já esqueci,
Com sedas matei
E com ferros morri.
Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
O fim vem-me buscar.
Trouxe pouco,
Levo menos,
E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe,
O amor é tão longe… (…)
E a dor é tão perto.
só para aguçar o apetite...
<< Home