Avó
Diz-me:
O que hei-de eu fazer?
Te esperar?!
Te largar e te perder...
Lutar? E morrer.
Fala-me ao ouvido,
Sussurra-me um sentido
Um qualquer!
Um tacto, um olfacto,
Uma palavra, um olhar,
Um suspiro,
Um tiro! Por favor um tiro!
Custa demais ver-te morrer...
Mas a calma que te envolve
E me come,
Pouco a pouco
Te mantém...
Sozinha, porém acompanhada.
Perdida, porém parada,
És já memória,
És já lembrança,
És já...
O melhor que sempre foste!
És já!
Porque quando se quer
A memória não se diluí,
Não se apaga,
Não se esquece,
Obrigado avó.
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