sábado, dezembro 13, 2003

Nada mais...

São montes e montes
São facas,
São raios de um trovão
Que não conheço...
Nem nunca vi,
Nem nunca me ameaçou,
Nem tão pouco me deu sinal
Que iria cair,
Em mim...
Nem nunca me disse
Que me iria partir assim...

È tudo a cair,
Como o vento faz no deserto,
Como a chuva faz na praia,
E tudo desaparece,
Tudo me foge
Sem me aperceber,
Do que está a acontecer.

Desmorona-se
Pouco a pouco,
Às vezes
De uma só vez,
Por vezes de repente,
Quase sempre devagar...
Cai, peça após peça,
Sonho atrás de sonho,
Imagem atrás de imagem,
Vou caindo,
Eu após eu.

As palmas que bato,
Não são minhas,
São sons que junto, rindo,
Á tormenta.
São ecos que faço ouvir
Para tentar calar,
Quem me faz ruir...

Essas palmas
Com as quais aplaudo o meu fim,
São minhas, são intencionais,
Também sorrio,
Nada mais posso fazer,
Senão me rir
E me despedir.

Junto-me á tormenta,
Não dobro nenhum cabo,
Não sinto força para.
Não grito. Sei bem que não consigo,
Não penso,
Sei bem que o faço sempre demais,
Não choro,
Não te abraço
Não te beijo
Não te acordo,
Nem te adormeço...
Amo-te
Nada mais...


vejo o teu olhar num retrato, sinto-te longe.

|
POR ONDE ME PASSEIO NA NET...