Até sempre...
A amizade é coisa estranha. Não se compara ao amor – esse é mesmo indefenível, mas mesmo assim é estranha. Existem momentos da tua vida em que pensas que ser amigo é estar sempre lá, para o que for preciso, estar sempre presente, nos bons e nos maus momentos, estar sempre ao alcance de uma chamada de telemóvel, estar sempre ao alcance de um abraço ou de uma palavra de apoio. Mas depois a vida, implacável, ensina-te o contrário: nem sempre é assim.
Nem sempre ser amigo é acompanhar, nem sempre ser amigo é dar conselhos e apoio. Nem sempre ser amigo é estar presente. A amizade resume-se tão somente a desejar a felicidade do outro tanto como a tua, ou até talvez mais.
Hoje à noite, foi noite de despedidas. Hoje à noite a X. e o P. despediram-se de todos nós e seguiram o seu caminho. Uma despedida formal, a estrada por onde farão a sua caminhada será bem diferente da minha, sempre o soube (consciente ou insconscientemente). Sempre to disse X.
Hoje perguntaste-me se estaria lá, se sempre que precisassem eu estaria lá. Respondi-te que sim, claro. È verdade. Sempre estive e sempre estarei. Tentei explicar-te (não sei se consegui porém) que tenho a certeza (eu, que tão poucas certezas tenho) que não precisarão de mim, que não serei útil no vosso futuro, que a minha presença em nada vos fará mais felizes, que o meu lugar não é no vosso caminho, mas sim noutro lugar qualquer.
Por vezes na vida, ser amigo é mesmo isso – é perceber que a felicidade do(s) outros(s) é mais fácil sem a tua presença.
Por isso estou tranquilo, não preciso de vos desejar felicidades, porque tenho a certeza que serão muito felizes, não preciso de vos desejar sorte porque vocês têm-se um ao outro e mais sorte que isso é difícil. A única coisa que vos desejo é que nunca deixem de se aperceber da sorte que têm. Tudo o resto são memórias... já passadas ou por passar.
Um beijo grande X e um abraço P desta vossa memória. Até sempre.
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